Dependendo da pessoa com a qual você conversa, a diferença de opinião sobre o meio de se obter a melhor aplicação de produtos de proteção para agricultura pode ser grande. O debate é mais intenso entre produtores que tem que proteger áreas menores versus aqueles que tem que administrar grandes áreas onde a aplicação aérea, grandes sistemas de irrigação, pulverizadores de alto desempenho e campos maiores oferecem mais opções do que as disponíveis para produtores com áreas menores, geralmente cercadas de arvores.  

Parece que a melhor maneira dos produtores chegarem a uma decisão é levar em conta os prós e contras de ambos os meios. Os elementos chave são a eficiência, a melhor cobertura, o terreno, outros fatores ambientais e, claro, o custo benefício.

A aplicação aérea pode ser executada de maneira muito rápida enquanto a aplicação terrestre pode levar várias horas. o que pode causar problemas de irrigação. Isso é especialmente importante para aqueles que trabalham em campos distantes. Ainda assim, todo produtor domina os conceitos de tempo e clima na agricultura – tempo e clima ditam muitas decisões. Por exemplo, quanto mais cedo os produtores controlam uma praga, maior é a produtividade. Em outros casos o clima pode disponibilizar apenas uma pequena janela de tempo para uma aplicação vital. Assim, a velocidade e a flexibilidade da aplicação aérea são importantes. A aplicação aérea tem a capacidade de tratar grandes áreas de maneira muito mais rápida, pulverizando mais hectares em uma hora do que um pulverizador terrestre em um dia.

Embora os proponentes da pulverização terrestre possam argumentar que este meio seja mais efetivo, a altura adicional da aplicação aérea sobre a plantação pode contribuir para a geração de um padrão de pulverização mais uniforme. A aplicação aérea também distribui sementes e fertilizantes secos de maneira mais uniforme do que a aplicação terrestre, oferecendo uma produtividade potencialmente maior.  

Ao longo dos últimos anos a aplicação aérea se tornou muito mais precisa. Atualmente os aviões agrícolas utilizam equipamentos sofisticados para precisão de aplicação tais como GPS (Global Positioning System), GIS (Geographical Information Systems), sistemas de meteorologia em tempo real, válvulas para controle de fluxo variável, válvulas de corte individuais para as barras de aplicação e geradores de fumaça para identificar a velocidade e direção do vento. Pode ser que a aplicação aérea não proporcione sempre a cobertura completa da planta, mas isso também acontece com o pulverizador terrestre quando não é calibrado de maneira adequada. Na aplicação terrestre os bicos podem estar muito próximos do seu alvo comprometendo a uniformidade da aplicação.

Um dos benefícios mais óbvios da aplicação aérea é que, ao contrário da aplicação terrestre, ela não causa amassamento. Ao se movimentar pelo campo os pulverizadores terrestres deixam rastros de rodas, compactam as partículas do solo e, inevitavelmente, danificam a lavoura, algumas vezes destruindo até 5% das plantas. No início dos anos 2.000 pesquisas comprovaram que as suspeitas de danos por amassamento eram reais embora as perdas fossem menores do que o esperado. A compactação do solo reduz a sua porosidade restringindo o fluxo de água e oxigênio sobre o mesmo e sobre a área da raiz. Esta compactação pode ser especialmente prejudicial em solos molhados, por vezes transformando o solo em um tijolo e reduzindo a produtividade. Um campo com lama nunca impediu os aplicadores aero agrícolas de pulverizar.

Outro aspecto negativo da aplicação terrestre é que ela pode aumentar o avanço das doenças distribuindo as mesmas pela lavoura através do contato com as barras de aplicação contaminadas por uma planta doente.

Por muitos anos se assumiu que o custo da aplicação aérea é mais lato do que o custo da aplicação terrestre. Pesquisas recentes mostram que estes pressupostos antigos podem não ter mais validade em função da evolução da tecnologia de pulverização e das   metodologias de trabalho. Hoje a diferença de custo pode ser mínima, especialmente se você for o dono do equipamento ou tiver uma parceria com um operador experiente. Para muitos produtores a decisão entre aplicação aérea e aplicação terrestre depende menos do custo e mais da perda potencial de produtividade por amassamento, compactação do solo, efetividade do padrão de pulverização, problemas de colheita, preocupação com o avanço de doenças e o tempo necessário para completar a aplicação, mais a proficiência do operador.

Terreno, clima ou tempo podem definir o meio mais efetivo de tratar uma lavoura. Produtores tem que tomar decisões para cada campo, a cada dia. Para aquelas situações em que a aplicação aérea oferece a melhor solução, os aviões para aplicação de precisão e pilotos agrícolas altamente capacitados nunca foram tão efetivos com são hoje.